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Tempos de Pandemia para os Povos Indígenas: Experiências de dois Pesquisadores Italianos no Brasil

Por ocasião do Dia da Pesquisa Italiana no Mundo, o Istituto Italiano di Cultura do Rio de Janeiro oferece, sexta-feira 16 de abril às 18h30 (17h30 Manaus), um encontro online com os professores italianos, atuantes em universidades brasileiras, Bruna Franchetto e Riccardo Rella, sobre suas experiências em tempos de pandemia como pesquisadores da língua e da antropologia médica indígena no Brasil.

 

Em abril de 2020, logo no início da pandemia, escrevi um pequeno texto com a antropóloga e linguista peruana Carolina Rogriguez Alzza, em tom quase profético. Como linguistas, sabíamos que o contágio, uma vez que chegasse onde vivem os povos indígenas, não apenas no Brasil, afetaria especialmente os mais vulneráveis ​​entre os vulneráveis. A morte dos mais velhos significaria a agonia ou mesmo o desaparecimento de saberes milenares, incluindo as línguas. Estávamos falando de um risco que nos assustou.

Nos últimos anos, muitos povos indígenas têm concentrado energias na revitalização e resgate de suas línguas, esforços que não seriam possíveis, na maioria das vezes, sem as referências vivas dessas mulheres e homens carregados de riquezas acumuladas não só durante suas vidas. Mas também através de inúmeras vidas anteriores. Tínhamos medo diante de um cenário de destruição, que poderia atingir os últimos guardiões de várias línguas. Hoje continuamos contando os mortos, muitos idosos. Nossos medos não eram exagerados, mas o medo não nos domina mais como antes. Os povos indígenas nos ensinam artes sofisticadas de sobrevivência e uma enorme vontade de superar, até mesmo a morte.

Bruna Franchetto

 

Bruna Franchetto

Bruna Franchetto é professora titular nos departamentos de Antropologia do Museu Nacional e de Linguística na Universidade Federal do Rio de Janeiro. Recebeu seu doutorado em 1986 pelo Programa de Pós-Gradução em Antropologia Social do Museu Nacional (UFRJ). Desde 1977, suas pesquisas linguísticas e etnológicas têm como foco o Kuikuro e outras variedades da Língua Karib do Alto Xingu.

No Museu do Índio, é coordenadora científica do ProDoclin (Programa para a Documentação de Línguas Indígenas), desde 2009. Seus interesses incluem: documentação e descrição de línguas indígenas, tradução (de e para línguas indígenas), artes verbo-musicais indígenas, gênese e impacto da escrita, multilingismo e ideologias linguísticas. Entre os projetos em andamento estão uma gramática descritiva e um dicionário enciclopédico do Kuikuro.

Desde 2014, participa de projetos colaborativos de revitalização linguística. Coordena o Núcleo de Pesquisas Linguísticas, programa de Pós-Graduação em Antropologia Social do Museu Nacional (UFRJ) e o Grupo de Estudos em Linguística e Antropologia.

 

Links:

revistas.unal.edu.co

abralin.org

abralin.org

corposquefalam.weebly.com

ppgas.museunacional.ufrj.br

cadernos.abralin.org

 

Riccardo Rella

Nascido em Rovereto, possui graduação em Filosofia e mestrado em Antropologia Medica pela Universidade de Bolonha. Trabalhou no estudo do sistema público de saúde da ilha de Pemba (Tanzania) entre setembro 2011 e fevereiro 2012. Atualmente é doutorando do Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social na Universidade Federal do Amazonas, focando a pesquisa nas formas de cura e cuidado de saúde das populações indígenas da cidade de Manaus.

Membro da equipe editorial da revista dos estudantes do PPGAS-UFAM desde 2019 e integrante do núcleo de pesquisa do Projeto Nova Cartografia Social da Amazônia, sob a orientação do professor Alfredo Wagner Berno de Almeida, colabora há três anos com a equipe do Bahserikowi’i, o Centro de Medicina Indígena de Manaus, desenvolvendo um projeto de reforma e fortalecimento do espaço e da ação do coletivo indígena, com a ajuda da ONG italiana ‘A Maloca’.

 

Links:

neai.ufam.edu.br

novacartografiasocial.com.br

 

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Realização:

Istituto Italiano di Cultura do Rio de Janeiro

 

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Tempos de Pandemia para os Povos Indígenas: Experiências de dois Pesquisadores Italianos no Brasil

 

Data: 16 de abril de 2021

Horário: 18h30 (17h30 Manaus)

Onde: Facebook e YouTube (Online)

Ingresso: Gratuito