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Mesa redonda: Vagalumes, 100 Anos Pasolini

Por ocasião do centenário de Pier Paolo Pasolini, a PUC-Rio em colaboração com o Istituto Italiano di Cultura, apresentam Vagalumes, 100 Anos Pasolini, um conjunto de mesas redondas sobre a obra do cineasta, poeta, romancista, semiólogo, dramaturgo e desenhista italiano. As mesas redondas contarão com a presença de especialistas renomados, nacionais e internacionais, e organizadores do evento: Antonio Sorella, Luiz Nazario, Maria Betânia Amoroso, Lucas Lara, Solange Jobim e Souza, Nilton G. Gamba Junior e Carlos Eduardo Félix.

Vagalumes é uma analogia feita por Pier Paolo Pasolini para refletir sobre as formas de ameaças e resistências das culturas periféricas. A luz do frágil inseto e sua delicada relação com o ecossistema no seu entorno são os pontos de partida para essa reflexão. Assim, neste evento de celebração dos cem anos de seu nascimento, será realizado um recorte na obra do autor: a sua abordagem da crítica à cultura e, em especial, a cultura popular.

O evento encerra muitos anos de pesquisa dos organizadores e professores Solange Jobim e Souza e Nilton G. Gamba Junior da PUC-Rio sobre a obra do intelectual italiano. 

 

Programação

 

Mesa 1: Abertura oficial (9:30h – 10h Brasil) (13h30 – 14h Itália)

Lançamento livro e exposição (10h Brasil) (14h Itália)

Mesa 2: Intermitências (10h15 – 11h30 Brasil) (14h15 – 15h30 Itália)

 

Fala I

Solange Jobim e Souza (PUC-Rio): O Livro Pasolini e … Design, Educação e Cultura e a relevância da obra de Pier Paolo Pasolini na formação interdisciplinar de pesquisadores.

Lucas Lara (Museu da Pessoa): Acervos de histórias de vida das coleções Motirô, O Festejo como Testemunho e Inspira Favela Inspira.

Nilton G. Gamba Junior (PUC-Rio): Materialidade e cultura, o semiólogo e o criador, Pasolini exposição Dexpo – Design, extensão e Política.

 

Fala II

Luiz Nazário (UFMG): Pasolini Como Personagem

Pasolini ensaiou tornar-se personagem ao atuar em filmes. Intelectual, comunista e homossexual, ele encarnava as três maiores fobias do cidadão de bem: a fobia ao intelecto, a fobia ao comunismo e a fobia à homossexualidade. No imaginário burguês, ele era Dorian Gray; no imaginário fascista, Mr. Hyde. Tampouco conseguiu dissociar-se do meio marginal que o fascinava e acabou vitimado pelo novo fascismo da juventude que ele denunciava em teoria, mas continuava a amar na prática.

Seu trágico fim numa praia suja de Óstia fez da lenda negra uma lenda dourada, dando razão às suas profecias e realidade às suas paranoias. O enigma insolúvel do crime gerou um giallo mítico, convertendo finalmente Pasolini num personagem do imaginário progressista: ele agora retorna sem cessar em romances, novelas, peças, filmes, reportagens, animações, quadrinhos. Mais do que como um autor, Pasolini é hoje consumido como um personagem: duplamente vitimado pela sociedade de consumo?

 

Mesa 3: Vozes da Cultura (11h30h – 12h45 Brasil) (15h30 – 16h45 Itália)

 

Fala I

Antonio Sorella (Università G. d’Annunzio de Chieti): Pasolini, Boccaccio, Línguas e Dialetos

Pasolini intervém repetidamente, mesmo mudando de opinião, sobre a questão da língua italiana, sobre sua relação com os dialetos. Em particular, tratou da erradicação cultural de assentamentos urbanos de origem meridional nas grandes cidades, como Roma.

No cinema experimentou dialetos e linguagens na forma de melhor representar a expressividade das classes populares. Daí sua escolha de que os personagens da novela de Sor Ciappelletto falassem no Decameron não em florentino, como em Boccaccio, mas em napolitano. No mesmo romance, Pasolini ambientou a história não na França, como no Decameron, mas em um país de língua alemã.

 

Fala II

Maria Betânia Amoroso (UNICAMP): A presença de Pasolini no Brasil

O objetivo da apresentação é traçar um quadro, parcial e incompleto, dos momentos nos quais a obra e figura pública do escritor Pier Paolo Pasolini ganham maior presença no Brasil. Com produção muito extensa, poemas, romances, filmes, crítica, textos em jornais e artes plásticas, embora muito pouco traduzida (ainda), a circulação de suas ideias deixa rastros desde os anos 60, em particular com aproximação dos cineastas do Cinema Novo às novas propostas da linguagem cinematográfica de Pasolini.

Os romances chegam antes da poesia que, na forma mais ampla de uma coletânea de poemas, foi traduzida em 2015. Aparentemente, contudo, há uma vertente do pensamento pasoliniano sempre presente e que vem crescendo entre nós, aquela sob a perspectiva de uma ação intelectual interventora e radical: em 2020, finalmente, o importante livro Escritos Corsários foi traduzido, abrindo ao leitor essa perspectiva crítica e analítica a partir da sociedade moderna italiana, com a submissão da política local à economia internacionalizada.

 

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Realização:

PUC-Rio – Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro

Istituto Italiano di Cultura – Rio de Janeiro

 

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Mesa redonda: Vagalumes, 100 Anos Pasolini

 

Data: 14 de março de 2022

Horário: 9h30

Onde: Zoom (Online)

Entrada: Franca